Monte Trigo, Ilha de Santo Antão, Cabo Verde

vieirabrancojulia
22 de nov. de 2015
2 min de leitura

Estavamos ancorados na pequena baía da aldeia de Monte Trigo, na Ilha de Santo Antão, Cabo Verde, quando fomos abordados por um barco com três pescadores a disponibilizarem-se para nos transportar para terra e fazer uma visita guiada pela aldeia.

Nós aceitamos o convite e acabamos por ter um dia fantástico, que, de certo, nunca esquecerei.

No momento em que chegámos a terra, o primeiro sinal de que estavamos perante uma cultura diferente fez-se notar. Os habitantes de Monte Trigo estavam reunidos para ver as pessoas novas, mas os homens estavam sentados num dos lados do muro e mulheres e crianças no outro. Durante o dia esta separação entre géneros tornou-se extremamente clara – as mulheres tratam da casa e dos filhos enquanto os homens pescam durante o dia e voltam no início da noite. Sem misturas nem confusões…

A visita pela aldeola foi intensa. Visitamos a escola - extremamente pequena (com apenas duas salas e três disciplinas) e onde os jovens só podem frequentar seis anos de escolaridade, o gerador de energia – Monte Trigo funciona única e exclusivamente com energia solar, algo de que os locais muito se orgulham; visitamos ainda a área de tratamento da água e acabamos a visita numa festa que acontece todos os domingos.

Nesta última paragem, aprendemos uma nova forma de comunicação. Com música altíssima e a barreira cultural a separar-nos dos locais, tivemos que mostrar, apenas com expressões faciais e atitude corporal, que respeitávamos a cultura deles e que queriamos integrar aquela pequena celebração.

Passámos um dia divertidíssimo, mas fomos confrontados com situações que, no nosso dia a dia normal, nunca consideraríamos.

Em Monte Trigo não há carros, pelo que se os habitantes quiserem ir à aldeia mais próxima, têm que andar durante cinco horas.

Nesta aldeia, o único rendimento das famílias é a pesca, sendo que parte do que pescam é vendido em São Vicente e a outra parte é para a alimentação própria.

Foi uma experiência incrivel e muito muito enriquecedora.