Travessia do Oceano - parte I: mau tempo

Partimos da Bermuda em direção a um oceano revoltado por um fim de inverno agitado. Um oceano que me separava da minha casa, família e amigos.

Partimos em direção aos Açores.

Antes de partirmos para a grande travessia, tivemos uma conversa séria com o Comandante, Martin, que nos avisou que, no período de mar que se aproximava, seríamos expostos a ventos mais fortes e mares mais agitados aos quais não estávamos habituados.

A passagem de um lado para o outro do oceano foi, sem dúvida, um desafio – tal como era esperado. Passamos por ventos de 40 nós e ondas de 9 metros. Passamos doze dias instáveis e cansativos. Tivemos que, por questões de segurança, estar sempre presos a uma linha de segurança, o que contribuiu para o desenhar de uma situação cheia de adrenalina, com turnos exaltados e excitantes.

Foram doze dias em que aprendi muito sobre a outra faceta do conceito ‘velejar’, passando a respeitar mais o mar e a responder de forma rápida aos seus momentos de maior irritação. Uma consequência clara proveniente dos momentos mais agitados, foi a criação de uma solidariedade comum a todos os habitantes do Regina Maris, visto que, afinal de contas, estamos todos a partilhar esta experiência, tanto nos momentos bons como naqueles mais complicados.

Blue Ju